Osteoporose
Dia 20 de Outubro é o dia em que se marca anualmente o Dia Mundial da Osteoporose.
A osteoporose é uma doença do osso caracterizada pela baixa baixa densidade óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, que leva ao aumento do risco de fraturas por fragilidade da resistência óssea e que afecta cerca de 500 mil portugueses (Malheiro, 2012; Veiga Silva et al., 2015). Através de estudo epidemiológico realizado com parte da população portuguesa (EpiReumaPt) é possível verificar que a osteoporose não é uma doença exclusivamente feminina, afectando também cerca de 2,6% dos homens e 17% das mulheres. (Branco et al., 2016).
A osteoporose é conhecida por estar frequentemente associada às mulheres pós-menopausa. No entanto, existem outros factores de risco ou características que podem despoletar o aparecimento da osteoporose. Por exemplo, a realização de medicação à base de corticosteróides para resolver outros problemas de saúde é um factor que pode levar à perda de massa óssea (Reid, 1997).
Uma das formas de ser diagnosticada é, primeiro, através da avaliação do risco de fracturas, que poderá ser realizada com o auxilio da ferramenta “FRAX” (Fracture Risk Assessment Tool) (Marques et al., 2016). Independentemente de já ter ou não realizado uma densitometria óssea, poderá ser feito on-line em: https://www.sheffield.ac.uk/FRAX/tool.aspx?country=53
Depois existe a Densitometria Óssea, uma forma de avaliar a densidade óssea em diversos pontos do seu corpo. Este é um exame que por vezes pode ser realizado em excesso, e por isso, existe um conjunto de indicações específicas para o realizar, definidos para a população portuguesa por consenso de um conjunto de médicos e especialistas nesta área (Blake & Fogelman, 2007; Marques et al., 2016).
Se tem dúvidas se poderá ter factores de risco que indiquem a existência de osteoporose, deverá solicitar ajuda do seu médico de família ou de um médico reumatologista que melhor o encaminhem e respondam às suas dúvidas ou problemas.
O tratamento farmacológico para medicação é recomendada para o tratamento de pessoas com baixos níveis da densidade óssea ou com osteoporose (Qaseem, et al. 2017). Essa medicação deverá ser recomendada a todos os indivíduos com mais de 50 anos e que apresente um conjunto de critérios específicos, mas que o seu médico de família ou reumatologista serão os profissionais de saúde indicados para melhor o ajudar (Rodrigues et al., 2018).
Os hábitos de vida também têm influência, tanto no tratamento, como na prevenção da osteoporose e na diminuição da densidade óssea. Os hábitos de vida consistem na prática de exercício físico combinado com nutrição e suplementação, e na redução de factores como o tabaco e a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, ambos aumentam a deterioração óssea (Rizzoli et al., 2014; Rodrigues et al., 2018).
Relativamente à nutrição e da suplementação, a dieta proteica e a suplementação de cálcio e vitamina D são alguns dos comportamentos que poderão ser adotados (Agostini et al., 2018; Rizzoli et al., 2014; Rodrigues et al., 2018). Porém estas opções deverão ser aconselhadas pelo seu médico, num trabalho conjunto com um nutricionista.
Por outro lado, a importância do exercício físico. É conhecido o facto da execução de exercícios com carga, de moderada ou elevada intensidade, e com impacto, influenciarem a saúde e crescimento do osso (Weaver et al., 2016). Diversos estudos que testaram o efeito do exercício físico nas pessoas com risco de desenvolveram perda de densidade óssea, têm demonstrado que a execução de protocolos combinados de treino de resistência e/ou de exercícios com impacto apresentam aumentos nos níveis de densidade óssea (Zhao, Zhang, & Zhang, 2017). No mesmo sentido, a execução de exercícios que promovam a melhoria do controlo postural e do equilíbrio também são determinantes para ajudar a aumentar a estabilidade e o equilíbrio. Fatores necessários para a prevenção de quedas, o principal fator de risco de quem tem diminuição da densidade óssea ou osteoporose (Agostini et al., 2018; Stolzenberg, Felsenberg, & Belavy, 2018). No entanto, também existem um conjunto de atividades, como por exemplo, a natação ou o ciclismo que não favorecem a melhoria da densidade óssea (Abrahin et al., 2016).
Desta forma, será importante considerar que, para um plano de treino focado na melhoria da densidade óssea, os indivíduos não têm todos as mesmas capacidades nem o mesmo nível de fragilidade. Podem existir limitações clínicas ou funcionais consoante o seu nível de saúde. Por isso, as recomendações até referem a relevância de considerar a prescrição do treino com base no risco de fractura do indivíduo. Existem indivíduos com níveis de risco baixo, moderado ou elevado. Consoante esse risco poderão ser recomendadas diferentes exercícios de impacto, de treino de resistência e de treino de equilíbrio (Beck, Daly, Singh, & Taaffe, 2017). Mas para melhor o informar, aconselhar e prescrever o exercício mais adequado para si, deverá recorrer ao fisioterapeuta ou ao profissional de exercício físico.
De entre outras opções, o crosstraining poderá ser uma boa forma de combater a perda de densidade óssea, pois nesta modalidade é possível treinar a resistência, realizar exercícios de impacto e de equilíbrio.
Mais informações ou apoio sobre a osteoporose, poderá também contactar a APOROS - Associação Nacional contra a Osteoporose. (http://www.aporos.pt/)