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Diabetes Tipo 2 e Actividade Física


A Diabetes tipo 2 ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina produzida. O diagnóstico de Diabetes tipo 2 ocorre geralmente após os 40 anos de idade, mas pode ocorrer mais cedo, associada à obesidade, principalmente em populações com elevada prevalência de diabetes. São cada vez mais crianças que desenvolvem Diabetes tipo 2. A Diabetes tipo 2 pode ser assintomática, ou seja, pode passar desapercebida por muitos anos, sendo o diagnóstico muitas vezes efetuado devido à manifestação de complicações associadas ou, acidentalmente, através de um resultado anormal dos valores de glicose no sangue ou na urina. A Diabetes tipo 2 é muitas vezes, mas nem sempre, associada à obesidade, que pode, por si, causar resistência à insulina e provocar níveis elevados de glicose no sangue. Tem uma forte componente de hereditariedade, mas os seus principais genes predisponentes ainda não foram identificados. Há vários fatores possíveis para o desenvolvimento da Diabetes tipo 2, entre os quais: Obesidade, alimentação inadequada e inatividade física; Envelhecimento; Resistência à insulina; História familiar de diabetes; Ambiente intra-uterino deficitário; Etnia..

O primeiro passo no tratamento da Diabetes tipo 2 é o mais importante e implica uma adaptação naquilo que se come e quando se come e na atividade física que se efetua diariamente.

Quando não é possível controlar a Diabetes, apesar da adaptação alimentar e do aumento da atividade física, é necessário fazer o tratamento com comprimidos e, em certos casos, utilizar insulina. É ainda comum a necessidade de utilização de medicamentos para controlar o colesterol e a pressão arterial.

A atividade física tem um papel fundamental no tratamento da Diabetes Tipo 2 juntamente com a dieta e terapêutica medicamentosa. O exercício melhora o controlo glicémico e a sensibilidade à insulina e diminui os fatores de risco cardiovasculares. O mecanismo exato de como o exercício físico melhora o controlo glicémico não está completamente investigado, sabe-se que, durante o exercício, a redução dos níveis de glicémia surgem devido ao aumento da captação de glicose pelo músculo esquelético. O aumento da sensibilidade à insulina normalmente não dura mais que 72 horas. Desse modo, a atividade física convém ser regular e adaptada a cada indivíduo.

O exercício aeróbico é aquele que melhora o consumo de oxigénio e o funcionamento dos sistemas cardiovascular e respiratório. São programas de treino simples, como os de natação, bicicleta, caminhadas, corrida. Exercícios moderados levam à manutenção da pressão arterial em doentes com complicações neuropáticas, e exercícios intensos produzem redução de peso com melhoria significativa na sensibilidade à insulina, melhoria da glicemia em jejum e do perfil lipídico.

Os exercícios de resistência também optimizam o controlo glicémico, aumentam o gasto energético diário e melhoram a qualidade de vida. Além disso, este tipo de atividade física tem o potencial para aumentar a massa e a força muscular, sempre supervisionados por uma equipa multidisciplinar (saúde e actividade física).

Antes da prescrição da actividade física cada doente com diabetes tipo 2 deve ser avaliado pela sua equipa de saúde para promover as suas capacidades e identificar as suas limitações.

Doentes com complicações tais como retinopatia, nefropatia e neuropatia devem ser supervisionados por profissionais do exercício físico para orientação personalizada. É importante avaliar os episódios de hipoglicemia associados ao exercício com monitorização da glicemia capilar antes, durante e após a atividade física e ingestão adequada de hidratos de carbono durante o exercício, além dos ajustes terapêuticos para o tratamento da Diabetes Tipo 2. É também fundamental monitorizar a frequência cardíaca e a pressão arterial após a atividade física e terminá-la com exercícios de alongamentos.

É de extrema importância que todos os profissionais de saúde que trabalham com doentes com Diabetes Tipo 2 os informem e motivem para os benefícios da atividade física nomeadamente supervisionada por um profissional da área do exercício físico.

Raquel Costa, Ana peixeira

Referências bibliográficas:

Barbosa, Edna (2013). Papel da atividade física no tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2. revista Plos One. Novembro.

Relatório Anua do Observatório Nacional da Diabetes (2015). Diabetes Factos e Números, o ano de 2015. Observatório da Diabetes.

w.centrodediabetescuritiba.com.br/artigos/papel-da-atividade-fisica-no-tratamento-do-diabetes-mellitus-tipo-2/


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